Author
Disclosure statement
Annie Curtis does not work for, consult, own shares in or receive funding from any company or organization that would benefit from this article, and has disclosed no relevant affiliations beyond their academic appointment.
Partners
RCSI University of Medicine and Health Sciences provides funding as a member of The Conversation UK.
Languages
- Portuguese
- English
Há muito tempo sabemos que a falta de sono é ruim para o coração, mas agora os cientistas estão começando a entender exatamente como ela causa danos.
Em um novo estudo da Universidade de Uppsala, na Suécia, os pesquisadores descobriram que apenas três noites de sono restrito – cerca de quatro horas por noite – desencadeiam alterações no sangue que são associadas a um maior risco de doença cardíaca.
Os pesquisadores analisaram as proteínas inflamatórias no sangue. Essas são moléculas que o corpo produz quando está sob estresse ou lutando contra doenças. Quando essas proteínas permanecem elevadas por um longo período, podem danificar os vasos sanguíneos e aumentar o risco de problemas como insuficiência cardíaca, doença coronariana e fibrilação atrial (batimentos cardíacos irregulares).
O estudo envolveu 16 homens jovens e saudáveis que passaram vários dias em um laboratório, onde tudo, desde as refeições até os níveis de atividade e a exposição à luz, foi cuidadosamente controlado.
Os participantes seguiram duas rotinas: três noites de sono normal (8,5 horas) e três noites de restrição de sono (4,25 horas). Após cada fase do sono, os homens realizaram um treino curto de ciclismo de alta intensidade, e seu sangue foi analisado antes e depois.
Os pesquisadores mediram quase 90 proteínas diferentes nas amostras de sangue. Eles descobriram que a privação de sono causou um aumento evidente nos marcadores inflamatórios ligados a doenças cardíacas. E, embora os exercícios normalmente aumentem as proteínas saudáveis, como a interleucina-6 e o BDNF (que ajudam na saúde do cérebro e do coração), essas respostas foram mais fracas depois de um sono ruim.
Mesmo em adultos jovens
Surpreendentemente, as alterações ocorreram mesmo em adultos jovens e saudáveis, e após apenas algumas noites de sono ruim. Isso é preocupante, pois é comum que os adultos tenham sono ruim de vez em quando – e cerca de uma em cada quatro pessoas trabalham em turnos que perturbam os padrões de sono.
Os pesquisadores também descobriram que a hora do dia em que o sangue era coletado era importante: os níveis de proteína variavam entre a manhã e a noite, e ainda mais quando o sono era restrito. Isso sugere que o sono afeta não apenas o que está no sangue, mas também quando essas alterações são mais visíveis.
Embora a vida moderna nos encoraje a trocar o sono por produtividade no trabalho, vida social ou tempo de tela, estudos como este nos lembram que o corpo tem suas exigências – silenciosas, químicas e intransigentes.
This article was originally published in English
Want to write?
Write an article and join a growing community of more than 204,400 academics and researchers from 5,215 institutions.