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As comunidades conspiracionistas que lucram com o movimento antivacina – podcast em inglês

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As comunidades conspiracionistas que lucram com o movimento antivacina – podcast em inglês

Um protesto no Brasil contra a vacinação obrigatória contra a COVID e os passaportes de vacina. Isaac Fontana / Shutterstock.com

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Gemma Ware does not work for, consult, own shares in or receive funding from any company or organization that would benefit from this article, and has disclosed no relevant affiliations beyond their academic appointment.

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Nota do editor: The Conversation ficou sabendo, após a publicação deste podcast, que um dos entrevistados, Igor Sacramento, faleceu no dia 21 de abril. Ele foi entrevistado em 27 de março para este episódio. Ficamos profundamente tristes ao saber de sua morte e enviamos nossas mais sinceras condolências a seus amigos, familiares e colegas.

Poucos lugares no mundo estão imunes à explosão de teorias conspiracionistas contra vacinação e à desinformação sobre saúde, alimentadas pela pandemia da COVID. Mas em países como o Brasil, onde a desinformação fluiu dos altos escalões do governo, o problema ainda é mais grave. Algumas pessoas estão explorando o medo dos outros para ganhar dinheiro.

Neste episódio do The Conversation Weekly, ouvimos sobre uma nova pesquisa feita no Brasil sobre como os vendedores de desinformação nas mídias sociais também vendem curas falsas e a “desintoxicação” de vacinas. E perguntamos por que algumas pessoas estão buscando soluções para seus problemas de saúde nesses produtos químicos perigosos e protocolos não comprovados.

O Brasil costumava ser um país com uma forte cultura de vacinação. “Era como um ritual”, lembra Igor Sacramento, pesquisador de saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz no Brasil. Quando criança, ele ia para as praças públicas onde as pessoas, vestidas com fantasias, faziam as campanhas de vacinação.

Porém, a desinformação antivacina aumentou no país. Sacramento acredita que a grande mudança foi a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, um presidente que questionava publicamente as vacinas. “Foi terrível para a saúde pública”, diz ele. A pesquisa mostrou que, durante a pandemia, houve um persistente “efeito Bolsonaro” com taxas de mortalidade mais altas por COVID em municípios pró-Bolsonaro.

As taxas de vacinação para várias doenças diferentes caíram no Brasil nos últimos anos, embora estejam começando a subir novamente desde a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para um terceiro mandato como presidente em 2023.

Promoção de curas falsas

Uma nova pesquisa liderada por Ergon Cugler, pesquisador do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) que está mapeando a disseminação da desinformação nas mídias sociais na América Latina e no Caribe, está mostrando que as mesmas pessoas que semeiam o medo com desinformação sobre saúde também estão vendendo curas falsas.


Read more: Quando desinformação gera lucro: como comunidades conspiracionistas monetizam com o movimento antivacina


Cugler coletou dados de mais de 1.000 grupos do Telegram ligados a tópicos de desinformação e teorias da conspiração na última década. Dos 5 milhões de usuários desses grupos, metade está no Brasil. Seu conjunto de dados de 61 milhões de peças de conteúdo mostrou um aumento de 290% nas narrativas de conspiração antivacinação durante a pandemia no Brasil, bem como um aumento de 15.000% na desinformação relacionada ao autismo na América Latina e no Caribe desde a pandemia.

Os administradores dessas comunidades de teoria da conspiração no Telegram frequentemente publicam anúncios, depoimentos e vídeos promovendo curas falsas, desintoxicação de vacinas e passaportes de vacinação falsificados. Cugler diz:

Eles espalham o sentimento de medo, sugerindo que os parasitas, por exemplo, podem causar doenças como o diabetes. E então oferecem as chamadas curas milagrosas, como protocolos de desparasitação ou dióxido de cloro e outras substâncias, e monetizam todos esses produtos.

Cugler também está monitorando como os grupos de teoria da conspiração que discutem tópicos aparentemente sem conexão podem ser usados como uma forma de canalizar as pessoas para grupos antivax e vender-lhes curas falsas.


Read more: A desinformação é considerada o maior risco para a Humanidade em 2025. O que fazer para combatê-la?


Ouça o episódio completo do podcast The Conversation Weekly para ouvir as entrevistas com Ergon Cugler e Igor Sacramento, além de uma conversa com Daniel Stycer, editor do The Conversation Brasil.


Este episódio de The Conversation Weekly foi escrito e produzido por Gemma Ware com a ajuda de Mend Mariwany. Mixagem e design de som de Eloise Stevens e música-tema de Neeta Sarl.

Ouça o The Conversation Weekly por meio de qualquer um dos aplicativos listados acima, faça o download diretamente pelo nosso RSS feed ou descubra como ouvir aqui.

This article was originally published in English

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