Uma comitiva internacional, formada por representantes dos governos de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial, Timor-Leste, Portugal e Espanha visita órgãos da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro O objetivo é promover uma troca de experiências e conhecimentos sobre a preparação e resposta a emergências de saúde pública, com foco na Atenção Primária, resiliência do sistema de saúde e uso de tecnologias para monitoramento e gestão.
A visita foi organizada em parceria com a Global Health Strategies, iniciativa vinculada à Fundação Gates que fomenta parcerias e colaborações internacionais para fortalecer sistemas de saúde em diversos países. O encontro contou também com o apoio do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
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“A gente sabe que o risco de emergências sanitárias não é só local, é global. Infelizmente, para essas emergências, não existem fronteiras. Então, quanto mais países estiverem preparados para identificar e responder, melhor”, diz a superintendente de Vigilância em Saúde, Gislani Mateus.
Nessa quinta-feira (9), a delegação foi recebida no Super Centro Carioca de Vacinação (SCCV) em Botafogo, na zona sul do Rio, onde conheceu as iniciativas tecnológicas utilizadas na saúde pública para facilitar a transformação de dados em informações reais e a estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, um dos maiores e mais complexos do mundo.
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Inovação tecnológica
A comitiva visitou também as instalações da unidade e da Clínica da Família Luiz de Moraes e Júnior, localizada na zona sul da cidade, para conhecer na prática os serviços da Atenção Primária à Saúde. Eles viram as linhas de cuidado oferecidas na rede e as práticas de Vigilância em Saúde, usadas no município, como o uso de ferramentas para o monitoramento de cobertura vacinal e da saúde materno-infantil.
“É sempre importante trocarmos experiências e mostrar um pouco do nosso trabalho e do nosso investimento para aprimorar o SUS. Isso mostra que o município do Rio é um modelo a ser exportado. Ao mesmo tempo, é importante receber as contribuições de outros locais, inclusive com possíveis parcerias”, afirmou a superintendente de Atenção Primária, Larissa Terrezo.
O evento serviu também para mostrar o papel da inovação tecnológica na gestão da saúde pública, com a apresentação de ferramentas baseadas em dados e inteligência artificial, que têm sido fundamentais para o monitoramento de surtos e a prevenção de crises sanitárias.
Para esta sexta-feira (10), está programada visita da comitiva ao Centro de Inteligência Epidemiológica (CIE), da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, que monitora o cenário epidemiológico da cidade e, quando necessário, gerencia e coordena respostas rápidas a emergências de saúde pública.
“É uma grande oportunidade aprender com o Brasil, especialmente o uso de inteligência artificial na vigilância epidemiológica, algo que pretendemos incorporar em nossos sistemas de saúde”, afirmou García Nazaré-Pembele, colaborador do Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS) de Angola.