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Crianças na COP: “As gerações passadas já falharam com a gente”

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Crianças na COP: “As gerações passadas já falharam com a gente”

As ações tomadas no presente contra as mudanças climáticas vão impactar diretamente o futuro da atual geração de crianças e adolescentes. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), as mudança climáticas podem levar quase 6 milhões de crianças e jovens à pobreza somente na América Latina. Para dar voz aos mais jovens, o movimento COP das Crianças tentar participar e influenciar a agenda de decisões da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que acontece em Belém. 

A jovem baiana Catarina Lorenzo, de 18 anos, faz parte do movimento e defende que a juventude seja ouvida, umas vez que as ações contra as mudanças climáticas já deviam ter sido tomadas. 

“A gente precisa se mobilizar porque, infelizmente, as gerações passadas já falharam com a gente. Diversas vezes. Para que as mudanças aconteçam, agora a gente vai ter que entrar nesses espaços para ter certeza e cobrar deles, estar no pé. Se eles estão tomando decisões que somos nós quem vamos sofrer os impactos, sejam positivos ou negativos, temos o direito de estar envolvidos em cada processo de construção dessa solução”, argumenta. 

A indígena Taíssa Kampeba, de 14 anos, da comunidade Tururukari-Uka, do Amazonas, destaca que o pensamento de uma criança é diferente de um adulto. Ela espera que a conferência ouça os mais jovens para que as soluções climáticas encontradas sejam diferentes.

“Se a gente pudesse participar de uma mesa de negociação com autoridades e eles nos escutassem, seria muito maravilhoso. Porque eles iam ver a diferença das nossas preocupações para as preocupações deles. A gente é um dos que mais sofres com as mudanças climáticas, seria muito importante a gente ser ouvido pelas autoridades que podem fazer alguma coisa”, apela Taíssa. 

A COP das Crianças também é apoiada por mães e pais que lutam pelo direito das novas gerações a um planeta mais sustentável. A paraense Catarina Nefertari, do movimento Amazônia de Pé, é mãe de uma criança de 10 anos. Ela defende que se reconheça as crianças como agentes de mudanças contra a crise climática. 

“É histórico ter uma COP das Criança, é super importante que elas sejam porta-vozes de tudo que têm para falar. E de que, através delas, a gente consiga sensibilizar os tomadores de decisão para eles verem que está posto. Elas sabem o que está acontecendo, elas sabem as decisões que estão sendo tomadas e não tem como a gente olhar nos olhos delas, no futuro, e falar que a gente não fez nada. A hora de fazer é agora”, afirma.

Para os próximos dias de evento, está sendo planejado um encontro entre as crianças e os negociadores para que a pauta da infância seja considerada nas ações adotadas pelos países para evitar o aumento da temperatura do planeta.

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