Haris Kristanto Pardede é um dos youtubers mais destacados do futebol da Indonésia, e seu canal se tornou uma fonte confiável de notícias esportivas. Este autor entrevistou Pardede sobre a sua trajetória, que começou como jornalista esportivo tradicional no Koran Sindo até se tornar um especialista de futebol na internet.
Pardede se tornou criador de conteúdo durante a pandemia, mas ganhou muitos seguidores quando começou a cobrir a seleção de futebol da Indonésia durante a Copa da Ásia de 2023 no Catar. No momento desta entrevista, o canal de Pardede, Bung Harpa, tem 118 mil inscritos, 1072 vídeos e obteve mais de 22,5 milhões de visualizações.
Enquanto outros comentaristas de futebol confiam nos sites de streaming para as suas coberturas, Pardede relata diretamente do campo, e até vai a jogos realizados em outros países. Ele fornece ao seu público informações básicas sobre futebol e desmente rumores esportivos, o que ajuda a evitar a divulgação de desinformação. Frequentemente, interage com membros e oficiais da Federação de Futebol da Indonésia (PSSI). Também é conhecido por divulgar com regularidade notícias em primeira mão que ainda não foram noticiadas pela imprensa tradicional, e publicar conteúdo baseado em suas observações em campo.
Este autor entrevistou Pardede no Estádio Gelora Bung Karno, em Jacarta.
Arpan Rachman (AR): Você agora tem um canal no Youtube com muitos seguidores. Qual foi a sua motivação inicial para criá-lo?
Haris Kristanto Pardede (HKP): Football has been in my blood since I was little. I started a YouTube channel because I love football and want to share my thoughts and experiences. I finally discovered a platform I enjoyed since I could communicate with the subscribers and other journalists, who undoubtedly have different opinions. This is what I think enriches the content on my channel.
Haris Kristanto Pardede (HKP): O futebol está no meu sangue desde que eu era pequeno. Comecei um canal no Youtube porque amo futebol e quero divulgar meus pensamentos e experiências. Eu finalmente descobri uma plataforma que tive prazer porque pude me comunicar com os inscritos e outros jornalistas, que indubitavelmente têm opiniões diferentes. Isso é o que penso que enriquece o conteúdo do meu canal.
AR: Qual foi a dificuldade que você encontrou quando passou de jornalista esportivo para comentarista de futebol?
HKP: At the starting point, there weren’t many subscribers following this channel. I thought I was boring the audience as I was a journalist. The public on social media wanted more sensationalism. So, I just went back to the basics of reporting. When there was confusing news, I straightened out the rumor, and people started to believe it. It turns out that YouTube also has a market for this type of sports coverage.
HKP: No início, não havia muitos inscritos seguindo este canal. Eu pensei que estava entediando a audiência por ser jornalista. O público nas redes sociais queria mais sensacionalismo. Então, voltei apenas aos pontos básicos da reportagem. Quando havia uma notícia confusa, eu esclarecia o rumor, e as pessoas começavam a acreditar. Acaba que o Youtube também tem espaço para este tipo de cobertura esportiva.
AR: Por favor, dê mais detalhes sobre a sua sugestão para jornalistas e youtubers terem acesso ao campo de futebol durante os treinamentos e competições.
HKP: Because I was a journalist, I also knew the limits. It’s my passion, and I must understand ethics. I believe that viewers will accept our provided content as long as it is genuine and original. Cybercitizens will love whatever we broadcast to the public as long as it is genuine and upbeat, and it will also help the struggling Indonesian national football team.
HKP: Por ser jornalista, eu também conhecia os limites. É a minha paixão, e tenho que entender a ética. Acredito que os espectadores vão aceitar o conteúdo que provemos contanto que seja genuíno e original. Os internautas amam tudo que é transmitido ao público desde que seja autêntico e otimista, e isso vai também ajudar a seleção de futebol da Indonésia e as dificuldades que enfrenta.
AR: Os meios de comunicação deveriam enviar mais repórteres ao campo?
HKP: That is a challenge as well as an opportunity. When I went abroad several times and became the only citizen journalist from Indonesia who reported from the match field, I was happy because all the public’s ears and eyes were focused on me. Although, in the end, I felt alone, there were no fellow citizen reporters and professional journalists from Indonesia.
HKP: Isso é um desafio e também uma oportunidade. Viajei várias vezes para o exterior e era o único repórter cidadão indonésio que noticiava do campo de jogo; fiquei feliz porque os olhos e os ouvidos do público estavam focados em mim. Porém, no final, eu me sentia sozinho, não havia outros colegas repórteres cidadãos e jornalistas profissionais da Indonésia.
AR: Qual a situação da reportagem futebolística na Indonésia, e como os jornalistas e repórteres cidadãos podem melhorá-la?
HKP: Journalists in the new media today are perhaps not as daring or pro-active as before. In the past, we had to seek out our sources by going directly to the location and observing the game in the field. Now, more people work by compiling information like playing a puzzle because of many templates. So, in one news article, some journalists paste various information that previously existed in other media without needing to clarify. That is the challenge of today’s journalism.
If you look at the existing infrastructure, the support capacity is extraordinary. Any data is available, and information is easier to find. It only takes creativity to process it. What I feel is lacking in the current era is creativity. Therefore, some journalists would rely on oblique quotes rather than visit the field.
HKP: Os jornalistas das mídias atuais talvez não sejam tão ousados ou proativos como antes. No passado, tínhamos que buscar as nossas fontes indo diretamente ao local e observando o jogo no campo. Agora, mais pessoas trabalham compilando informações como se estivessem montando um quebra-cabeça, por causa dos muitos modelos. Então, em um artigo de notícia, alguns jornalistas colam várias informações pré-existentes em outras mídias, sem a necessidade de esclarecer. Esse é o desafio do jornalismo de hoje.
Se você olhar para a infraestrutura existente, a capacidade de apoio é extraordinária. Qualquer dado está disponível, e as informações são mais fáceis de serem encontradas. Só é necessário ter criatividade para processá-las. O que sinto que falta na era atual é a criatividade. Por isso, alguns jornalistas confiam em citações enviesadas ao invés de irem ao campo.