Movimentos sociais como o Mulheres em Luta, Marielle Vive, Luta Popular e Movimento Nacional de Lutas do Campo e da Cidade e entidades como a Central Sindical e Popular Conlutas fizeram nesta quinta-feira (1º) um dos atos organizados na capital paulista para marcar o Dia dos Trabalhadores e Trabalhadoras. A marcha teve como ponto de partida o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), na Avenida Paulista.
Na mensagem de divulgação do protesto, as organizações sindicais e os movimentos, que se declararam como “combativos”, já deixavam claras as divergências com outro grupo que se articulou também na capital, nesta data. Essa segunda mobilização foi realizada na Praça Campo de Bagatelle, na zona norte da capital.
As lideranças do ato na Avenida Paulista afirmam conclamar “à resistência e à luta por direitos”. Elas ressaltam que preservam o princípio da independência quanto a governos e patrões.
“Diferente dos atos organizados por centrais que transformam a data em festivais de prêmios ou palanques para políticos burgueses, nossa mobilização reafirma o caráter histórico e combativo do 1º de maio”, afirmam.
“Não aceitamos o financiamento de empresas nem a presença de governantes responsáveis pelos ataques contra a classe trabalhadora”, emendam, esclarecendo o motivo da cisão.
Entre as reivindicações deste ano, estão o fim da escala 6 x 1, que é quando o trabalhador tem que cumprir expediente durante seis dias para ter direito a um dia de folga na semana; a revogação do arcabouço fiscal, que apontam como o pretexto dado a “cortes brutais” nas áreas de saúde e educação, e a revogação das reformas trabalhista e da previdência.
Movimentos sociais fazem atos organizados na capital paulista para marcar o Dia dos Trabalhadores e Trabalhadoras. A marcha teve como ponto de partida o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), na Avenida Paulista. Foto: Letycia Bond/Agência Brasil
Os manifestantes reclamam, ainda, o fim das privatizações, “que transformam setores estratégicos e essenciais em fonte de lucro para grandes empresários”.
Além disso, o ato tem por objetivo dar maior visibilidade e funcionar como um gesto de solidariedade à causa palestina. A mobilização também serve para pressionar as autoridades a aplicar as devidas penalidades aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, que visaram enfraquecer a cultura democrática.
Em entrevista à Agência Brasil, a líder ativista Marcela Azevedo, do Mulheres em Luta, ressaltou que a pauta relacionada à escala 6 x 1 interessa particularmente as mulheres, como ocorre também com a necessidade de o governo recuar nas reformas trabalhista e previdenciária. “A gente trouxe a exigência porque as mulheres são maioria nessa escala e acaba havendo, além dessa superexploração, a dupla jornada”, disse.
Há um mês em meio, aventava-se a possibilidade de greve geral, de diversas categorias, o que não se concretizou. Perguntada sobre isso, a militante comenta que, atualmente, se nota uma desconexão dos sindicatos com categorias importantes, como a dos trabalhadores de aplicativos.
“Infelizmente, a gente ainda tem as centrais sindicais majoritárias no país, que dirigem a maioria dos sindicatos, e acabam não unificando essa luta, não jogando peso em uma paralisação de 24 horas que mostre a força da classe trabalhadora.”