Uma pessoa morreu ontem (12) após ter sido atingida pela queda de uma árvore na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Segundo informações da Defesa Civil, a vítima estava em um ponto de ônibus na Rua Arminda de Lima, na região central da cidade, quando foi atingida pela árvore, que era de grande porte. Uma outra pessoa que também estava no local ficou ferida.
Esta foi a terceira morte ocorrida no estado de São Paulo somente nesta semana, que foi marcada por fortes chuvas e também pela passagem de um ciclone, que provocou fortes ventos e gerou muito estrago em diversas cidades paulistas.
Na última quarta-feira (10), um morador da cidade de Campos do Jordão morreu após o deslizamento de um talude atingir sua casa. Já na quinta-feira (11), uma mulher morreu após ser atingida pelo desabamento de um muro no Jardim Sapopemba, na zona leste da capital paulista.
A passagem de um ciclone extratopical por São Paulo, com ventos que chegaram a atingir quase 100 km/h, gerou muitos transtornos no estado paulista. Na capital, houve quedas de árvores, parques precisaram ser fechados, voos foram cancelados e milhões de pessoas sofreram com falta de energia.
Na manhã de hoje, quatro dias após o início desses eventos, ainda há mais de 462 mil clientes da Enel sofrendo com falta de luz na Grande São Paulo. Por causa disso, a Justiça paulista determinou que a empresa restabeleça imediatamente a energia, sob risco de multa de R$ 200 mil.
Moradora da rua Major Diogo, no Bixiga, a assistente comercial Beatriz Cavalcante, 31 anos, relatou à Agência Brasil que está sem energia desde as 15h da última quarta-feira.
“Não vimos nenhum caminhão da Enel por aqui. É um apartamento no oitavo andar, então estou subindo e descendo oito andares, todos os dias. Tem sido horrível, um pesadelo”, disse ela.
“Ontem fizemos uma manifestação, mas até agora nada da Enel. Hoje de manhã acordei e liguei para eles e eles não deram nenhuma previsão [de retorno da energia]. Disseram que não poderiam dar prazo, mas que estavam na rua resolvendo [o problema. São respostas automáticas. Não vemos nenhuma movimentação do lado deles”, relatou.
“Estou muito revoltada com essa situação. É inadmissível as pessoas ficarem tanto tempo sem o básico para sobreviver, que são a água e energia, direitos constitucionais. A gente paga por isso, não é um serviço gratuito e nem barato”, completou.
Segundo explicou, essa situação afeta também seus vizinhos e quem mais sofre são os idosos.
“Têm idosos no meu condomínio relatando que não conseguem sair de casa, não conseguem se locomover. Têm idosos aqui sem tomar banho e que perderam seus medicamentos, que ficam na geladeira e precisa de refrigeração. E tem muita gente aqui que perdeu comida, carnes, frutas e legumes. Eu sou uma delas também. E perdi também meu dia de trabalho porque trabalho de casa e eu estava sem luz. Tive que me deslocar para a minha mãe para poder trabalhar”, falou Beatriz.
Frente fria
E para os próximos dias ainda há previsão de forte chuva e de “risco elevado de transtornos” em São Paulo, informa a Defesa Civil. O alerta vale entre hoje (13) e a próxima terça-feira (16). Segundo o órgão, a passagem de uma frente fria sobre o território paulista deverá provocar chuva persistente, raios, rajadas de vento e até chance de granizo.
As regiões do estado que mais devem sofrer com chuvas expressivas neste período são as de Presidente Prudente, Marília, Bauru, Araraquara, Campinas, Sorocaba, Itapeva e Registro.
*Matéria alterada às 14h52min para acréscimo de informações.
