Ad image

Saiba como agir como colega ou gestor quando uma pessoa chora no trabalho

8 Min Read
Saiba como agir como colega ou gestor quando uma pessoa chora no trabalho

Chorar é uma resposta emocional normal e saudável que ninguém deve ser forçado a reprimir, mas quando acontece no trabalho muitas vezes gera desconforto no ambiente e traz consequências negativas para a carreira da pessoa. Comeback Images/Getty

Authors

Disclosure statement

The authors do not work for, consult, own shares in or receive funding from any company or organization that would benefit from this article, and have disclosed no relevant affiliations beyond their academic appointment.

Partners

University of Technology Sydney provides funding as a founding partner of The Conversation AU.

View all partners

Languages

DOI

https://doi.org/10.64628/ADE.6rf7gch9h

No meio de uma discussão difícil durante sua avaliação de desempenho, uma funcionária chamada Joana finalmente se emociona e começa a chorar. Seu chefe não sabe o que fazer e lida com a situação de maneira desajeitada.

Pergunte a si mesmo: como você reagiria nessa situação? E você teria a mesma reação se não fosse Jane quem estivesse chorando, mas outro funcionário, o João?

Pode parecer que o consenso é que não se deve chorar no trabalho. Mas chorar no trabalho não é incomum.

De acordo com uma pesquisa recente da empresa de aplicativos de saúde mental Headspace, 48% dos funcionários presenciais e 44% dos funcionários híbridos já choraram por causa do trabalho. Entre os funcionários totalmente remotos, o número chegou a 70%.

Precisamos repensar nossa atitude em relação a isso. E o que você pode fazer se você ou alguém que você conhece chorar no trabalho?

É normal chorar

Existem muitos motivos diferentes pelos quais as pessoas choram no trabalho. Dificuldades em atender às demandas da carga de trabalho, conflitos interpessoais e grandes mudanças no local de trabalho são exemplos de fatores estressantes que podem contribuir para a saúde mental precária e o choro.

Mas as pessoas também podem ficar angustiadas no trabalho por motivos pessoais totalmente alheios ao trabalho. Seja qual for o motivo, chorar é uma resposta emocional normal e saudável que não deve ser reprimida.

Por que chorar no trabalho parece diferente? Chorar fora do trabalho não é incomum — é normal em casamentos, funerais e outros eventos da vida. Mas no local de trabalho, pode parecer inesperado, intenso e fora do normal, deixando a pessoa que chora e aqueles ao seu redor desconfortáveis.

O constrangimento resultante pode levar a questionamentos sobre os motivos da pessoa que chora. Ela está chorando porque está genuinamente chateada ou está tentando manipular a situação?

Se um colega ou gestor considerar o choro insincero, reagirá de maneira diferente do que se achasse que se trata de uma demonstração de emoção real. Se acreditar que o choro está relacionado a um motivo aceitável, como paixão ou cuidado pelo trabalho ou circunstâncias pessoais significativas, é mais provável que a pessoa que chora seja desculpada.

Chorar no trabalho pode impactar negativamente a progressão na carreira, especialmente se for uma ocorrência regular e afetar o desempenho.

Normas de gênero

As normas de gênero também podem ser um fator determinante no choro e na forma como os outros reagem a ele. As mulheres são mais propensas a chorar e sofrer as consequências de estereótipos negativos, incluindo serem vistas como emocionais, fracas ou pouco profissionais. Para os homens, chorar é considerado menos aceitável e uma violação dos estereótipos masculinos.

Independentemente do gênero, o medo de ser visto como pouco profissional ou pouco sincero pode desencorajar as pessoas a chorarem no trabalho. As normas sociais e a cultura de uma organização também podem influenciar a forma como as lágrimas são interpretadas.

Em alguns locais de trabalho, os funcionários podem se sentir pressionados a controlar suas emoções, enquanto em locais de trabalho mais solidários as emoções são consideradas parte da experiência humana.

Chorar é uma forma saudável de expressar e processar emoções difíceis. CasarsaGuru/Getty

Como reagir

Quando alguém está chorando no trabalho, ter algumas coisas importantes em mente pode ajudar todos os envolvidos a se sentirem vistos e apoiados. Aqui estão algumas dicas.

Para a pessoa que está chorando:

  1. Mude seu foco. Respire fundo e redirecione seus pensamentos. Isso permitirá que você se concentre no assunto em questão, em vez das lágrimas.

  2. Faça uma pausa. Peça um tempo para se recompor. Isso demonstra maturidade emocional e reconhece que seu choro pode causar desconforto aos outros.

  3. Reestruture a emoção. Ajude os outros a entender que sua reação vem de um lugar de cuidado e profunda paixão. Esclareça se as lágrimas estão relacionadas ao trabalho ou não, para dar perspectiva e compreensão.

  4. Procure ajuda se precisar. Considere fontes de apoio adicional, como um médico ou um terapeuta.

Para um gerente ou colega:

  1. Esteja preparado. Os trabalhadores são humanos e, às vezes, choram. Ter um local apropriado para as pessoas fazerem uma pausa — e pequenos gestos, como oferecer uma caixa de lenços — pode fazer uma grande diferença.

  2. Mostre empatia. Ouça ativamente, não tire conclusões precipitadas e respeite os limites. Sua reação e seu comportamento podem ter uma grande influência no que acontecerá a seguir.

  3. Desafie seus preconceitos. Um episódio de choro não demonstra necessariamente fraqueza ou falta de profissionalismo.

  4. Entenda sua zona de influência. O choro é resultado de algo sobre o qual você, como gestor, tem controle? Conheça suas responsabilidades e obrigações.

  5. Procure ajuda. A menos que você seja um conselheiro treinado, você não é um conselheiro treinado. Saiba quando procurar apoio profissional para você ou para outras pessoas.

Com a intensidade e a incerteza da vida, não é surpreendente que os trabalhadores fiquem sobrecarregados às vezes. Chorar é uma parte natural do comportamento humano e não deve ser uma surpresa no local de trabalho.

This article was originally published in English

Want to write?

Write an article and join a growing community of more than 210,900 academics and researchers from 5,305 institutions.

Register now

Share This Article
Sair da versão mobile